ABUSOS E TORTURAS NA RELAÇAO!

A tortura psicológica é uma das maiores crueldades,eu acho a tortura psicológica muito pior e penso que deveria ser julgada e tratada com a mesma intensidade que a tortura física.
A tortura física acaba com o psicológico  então ela passa a ser uma tortura psicológica também,o que me leva a pensar que a tortura psicológica é a pior ,
sem contar que a tortura psicológica acontece diariamente dentro de muitas casas sem que as outras pessoas se dê conta disso
ex:
pai que abusa sexualmente dos filhos (não chega a consumar um estupro, mas abusa sexualmente de outras formas) a sociedade vê aquela família "perfeita" sem nunca suspeitar que isso acontece (nem mesmo a mãe da criança desconfia, por que a criança se sente constrangida em falar no assunto e ser chamada de mentirosa, ou sofrer mais com isso). então isso é uma tortura física que intensifica a tortura psicológica, na minha opinião




É fato sabido que as relações íntimas, maritais, coabitacionais ou de namoro são, por vezes, pautadas pela presença de algum tipo de disfunção e, não raro, de abuso franco. De fato, em outra página dissemos que “existem relações amorosas claudicantes, onde a pessoa que ama não deseja apenas o outro, mas deseja também o desejo do outro, o sentimento do outro e tudo o que possa estar ocorrendo na intimidade psíquica do outro. Diante da impossibilidade de nos apossarmos do sentimento alheio, a pessoa que ama sofre, pois o outro pode não estar sentindo aquilo que se deseja que sinta, pode não estar pensando justamente aquilo que se deseja que pense.
Na medida em que as pretensões de controle sobre os sentimentos da pessoa amada não são contidas, não são ponderadamente refreadas, surge uma imperiosa inclinação para a posse, para o domínio da pessoa amada.” (veja o texto Complicações do Amor).
O abuso no relacionamento interpessoal íntimo tem efeitos danosos marcantes na qualidade de vida, na saúde física e emocional. Tem sido freqüente o comportamento abusivo no relacionamento íntimo, com prevalência variada em diversos países e através de alguns tipos de abuso, como por exemplo, abusos físico, sexual e psicológico.
Entre os estudos e reflexões sobre o comportamento abusivo na vida íntima e/ou conjugal existe a teoria da vinculação afetiva na infância, enfatizando o impacto da qualidade das relações familiares e o impacto de eventuais abusos sofridos durante a infância, os quais, por sua vez, interfeririam na qualidade do relacionamento com o companheiro na idade adulta.
Incidência acima do que se suspeitaA incidência desse tipo de comportamento abusivo se comprova alta, acima do que se suspeita, e é mais comum no início da idade adulta (Bachman, 1995), sendo o grupo que mais apresenta comportamento violento dos 19 aos 29 anos de idade.
Incidência de comportamento abusivo no relacionamento íntimo é um dado difícil de se pesquisar, notadamento porque existe uma tendência a ocultar esse tipo de comportamento dos demais. Na maioria das vezes o relacionamento não se desfaz porque o companheiro(a) não abusivo(a) insiste em acreditar que, de uma hora para outra, mediante amor, carinho, complacência e tolerância, haverá uma grande mudança na personalidade do outro, que passará a ser a pessoa ideal.
Os aspectos sobre prevalência desses casos são baseados no trabalho de Carla Paiva eBárbara Figueiredo, do Departamento de Psicologia da Universidade do Minho, publicado na revista Psicologia, Saúde & Doenças (2003). Afirmam que em 1981, pela primeira vez foi referido que 21% dos estudantes pré-universitários vivenciaram um ou mais atos de agressão física em suas relações com o(a) companheiro(a). (Makepeace). Estima-se que 4 milhões de mulheres norte-americanas são vítimas de algum tipo de agressão séria por parte do companheiro por ano, destas, cerca de 1 milhão são vítimas de violência física não fatal (Rush, 2000).
Segundo Carla Paiva e Bárbara Figueiredo, no ano de 1996 as estatísticas oficiais norte-americanas mostraram que 1,5 milhões de mulheres e 834.700 homens sofreram abuso físico ou sexual por parte do(a) companheiro(a). Em 1998, cerca de 1.830 homicídios foram atribuídos ao companheiro, sendo que 3/4 das vítimas são mulheres (Rennison, 2000). Entre os anos de 1993 e 1998, cerca de 2/3 das vítimas de abuso pelo companheiro referem seqüelas físicas, enquanto que 1/3 reporta apenas ameaças ou tentativas de violência.
Outro fato bastante conhecido das pesquisas e das entidades que prestam assistência à esse tipo de problema, é que a maioria das vítimas de abuso pelo(a) companheiro(a) não procura assistência policial, jurídica ou médica.
Abuso físico; comum em muitos países.O uso de ameaça, força física ou restrição imposta a outro no sentido de coagir, obrigar, castigar, causar dor ou injúria é um abuso físico. Esse abuso físico tem sido pesquisado entre as pessoas com relacionamento íntimo e, segundo ainda Carla Paiva e Bárbara Figueiredo, autores norte-americanos (Sugarman, 1989) constataram que cerca de 33 a 36% de estudantes de ambos os sexos e com relacionamento íntimo já foram vítimas de abuso físico.
A incidência entre os estudantes tem sido quase a mesma da população geral, pois outros autores (Stets, 1991), em amostra representando a população geral norte-americana de pessoas não casadas e com idades entre os 18 e os 30 anos, verificaram que 30% das pessoas referia ter sido vítima de agressão física, nos 12 meses que antecederam a pesquisa.
Insistimos, de novo, que há possibilidade desses números não refletirem a dimensão real do problema, principalmente quando as pesquisas não são têm a natureza totalmente anônima do entrevistado. É bastante conhecido por pesquisadores e por entidades que prestam assistência à esse tipo de problema, que a maioria das vítimas de abuso pelo(a) companheiro(a) não procura assistência policial, jurídica ou médica.
Ao contrário do que se acredita, abusar fisicamente não é monopólio do sexo masculino. Em 2002, de acordo com o trabalho de Carla Paiva e Bárbara Figueiredo, citandoStraus, Aldrighi, Borochowitz, Brownridge, Chan, Figueiredo, et al., considerando uma amostra de 3.086 estudantes universitários de ambos os sexos oriundos de 14 países, constatou-se que 28,2% dessas pessoas relatou ter perpetrado algum tipo de abuso físico sobre o(a) companheiro(a), sendo 27,7% do sexo masculino e 28,7% do sexo feminino. Ainda nessa amostra, em 9,7% dos casos se verificam formas mais severas de abuso físico.
Entre os países pesquisados, no México é onde se encontraram os maiores valores de abuso físico no relacionamento íntimo, chegando a acometer 51% dos entrevistados, sendo mais freqüente também suas formas mais severas (15,9%). A menor a prevalência de abuso físico perpetrado sobre o companheiro foi registrado no Canadá, tanto para o abuso físico total (16,1%), como para as formas mais severas deste tipo de abuso (5,8%).
Quando as vítimas são homens, normalmente a violência física não é praticada diretamente, tendo em vista a habitual maior força física dos homens. Havendo intenções agressivas por parte da mulher, esses atos podem ser cometidos por terceiros, como por exemplo, parentes da mulher ou profissionais contratados para isso. Outra modalidade são as agressões que tomam o homem de surpresa, como por exemplo, durante o sono.
Abuso sexualO abuso sexual é qualquer conduta sexual com uma criança levada a cabo por um adulto ou por outra criança mais velha. Isto também pode significar, além da penetração vaginal ou anal na criança, tocar seus genitais ou fazer com que a criança toque os genitais do adulto ou de outra criança mais velha, ou o contacto oral-genital ou, ainda, roçar os genitais do adulto com a criança.
Às vezes ocorrem outros tipos de abuso sexual que chama menos atenção, como por exemplo, mostrar os genitais de um adulto a um criança, incitar a criança a ver revistas ou filmes pornográficos, ou utilizar a criança para elaborar material pornográfico ou obsceno.
Entre adultos, o abuso sexual é habitualmente definido como “uma interação sexual conseguida contra a vontade do outro, através do uso da ameaça, força física, persuasão, uso substâncias facilitadoras ou outro recurso a uma posição de autoridade” (veja Abuso Infantil).
Segundo ainda Carla Paiva e Bárbara Figueiredo, em torno de 28% das mulheres refere ter sido violada (com penetração completa) por um namorado, “ficante” ou pessoa conhecida. Quando se considera abuso sexual a partir de tentativa de violação, a proporção de sobe para 39% (Koss, 1988).
Entre estudantes universitários pesquisados, cerca de 15,7% das mulheres e 4,4% dos homens relatam abuso sexual pelo companheiro. Esse estudo de Straus (2002), mostra ainda que 24,7% das pessoas (3086) de 14 países coagiram sexualmente a(o) companheira(o), sendo 39,9% do sexo masculino e 18,6% do sexo feminino. No Brasil, infelizmente, essas taxas de coerção sexual sobre o companheiro são mais elevadas (41,6%) e no Canadá são as menores (5,9%).
Mas, seja qual for o número de abusos sexuais em crianças mostrado nas estatísticas, seja quantos milhares forem, devemos ter em mente que, de fato, esse número pode ser bem maior. A maioria desses casos não é reportada, tendo em vista que as crianças têm medo de dizer a alguém o que se passou com elas.
Abuso psicológicoO abuso psicológico é um padrão de comunicação, verbal ou não, com a intenção de causar sofrimento psicológico em outra pessoa, segundo Straus, citados por Carla Paivae Bárbara Figueiredo. Esses pesquisadores encontram valores elevados de prevalência de abuso psicológico em amostra de 5232 casais norte-americanos. Nesta forma de abuso houve semelhança entre homens (26%) e mulheres (25%).
Muitas vezes o abuso psicológico é a única forma de abuso entre o casal, talvez por se tratar de uma atitude menos detectada como politicamente incorreta. Em amostra de 1152 mulheres com idades entre 18 e 65 anos, observam que 53,6% relatam alguma forma de abuso (físico, sexual ou psicológico) perpetrado pelo companheiro, sendo que 13,6% reportam especificamente abuso psicológico na ausência dos outros tipos de abuso (Coker, 2000).
O abuso psicológico é, às vezes, tão ou mais prejudicial que o abuso físico, e se caracteriza por rejeição, depreciação, discriminação, humilhação, desrespeito e punições exageradas. Não é um abuso perpetrado predominantemente pelos homens, como é o caso do abuso físico. Ele existe em iguais proporções em homens e mulheres. Trata-se de uma agressão que não deixa marcas corporais visíveis, mas emocionalmente causa cicatrizes indeléveis para toda a vida (veja Violência Doméstica).
Um tipo comum de abuso psicológico é a que se dá sob a autoria dos comportamentos histéricos, cujo objetivo é mobilizar emocionalmente o outro para satisfazer a necessidade de atenção, carinho e adulação. A intenção do(a) agressor(a) histérico(a) é mobilizar o outro(a) tendo como chamariz alguma doença, alguma dor, algum problema de saúde, enfim, algum estado que exige atenção, cuidado, compreensão e tolerância.
Outra forma de abuso psicológico é fazer o outro se sentir inferior, dependente, culpado ou omisso é um dos tipos de agressão emocional dissimulada mais terríveis. A mais virulenta atitude com esse objetivo é quando o agressor faz tudo corretamente, impecavelmente certinho, não com o propósito de ensinar, mas para mostrar ao outro o tamanho de sua incompetência.
Stets (1990), citado por Carla Paiva Bárbara Figueiredo, em uma ampla investigação com a população americana, verifica que 65% dos homens têm comportamentos de abuso verbal ou psicológico com a companheira.
Agressões Psicológicas são aquelas que, independentemente do contacto físico, ferem moralmente. A Agressão Psicológica, como nas agressões em geral, depende do agente agressor e do agente agredido. Quando não há intencionalidade agressiva e o agente agredido se sente agredido, independentemente da vontade do agressor, a situação reflete uma sensibilidade exagerada de quem se sente agredido.
Havendo intencionalidade do agressor, o mal estar emocional produzido por sua atitude independe da eventual sensibilidade aumentada do agente agredido e outras pessoas submetidas aos mesmos estímulos, se sentiriam agredidas também.
A Agressão Psicológica é especialidade do meio familiar, e muito possivelmente, dos demais relacionamentos íntimos, chegando-se ao requinte de agredir intencionalmente com um falso aspecto de estar fazendo o bem ou de não saber que está agredindo. O simples silêncio pode ser uma agressão violentíssima. Isso ocorre quando algum comentário, uma posição ou opinião é avidamente esperado e a pessoa, por sua vez, se fecha num silêncio sepulcral, dando a impressão politicamente correta de que “não fiz nada, estava caladinho em meu canto.... "Dependendo das circunstâncias e do tom como as coisas são ditas, até um simples “acho que você precisa voltar ao seu psiquiatra” é ofensivo ao extremo, assim como um conselho falsamente fraterno, do tipo “não fique nervoso e não se descontrole.
Não é o freqüente, no relacionamento íntimo, a agressão sem intencionalidade de agredir, ou seja, a agressão que é sentida pelo agente agredido, independentemente da vontade do agressor. Normalmente, pelo fato da família ser um grupo onde seus membros têm pleno conhecimento da sensibilidade dos demais, mesmo que a situação de agressão refletisse uma sensibilidade exagerada de quem se sente agredido, o agressor não-intencional deveria ter plena noção das conseqüências de seus atos. Portanto, argumentar que “não sabia que você era tão sensível” é uma justificativa hipócrita.
As atitudes agressivas refletem a necessidade de uma pessoa produzir alguma reação negativa em outra, despertar alguma emoção desagradável. As razões dessa necessidade são variadíssimas e dependem muito da dinâmica própria de cada família. Podem refletir sentimentos de mágoa e frustrações antigas ou atuais, podem refletir a necessidade de solidariedade emocional não correspondida (estou mal logo, todos devem ficar mal), podem representar a necessidade de sentir-se importante na proporção em que é capaz de mobilizar emoções no outro.... enfim, cada caso é um

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